Trump assina projeto de lei que torna “pornografia de vingança” crime federal

O Presidente norte-americano Donald Trump assinou hoje, ao lado da mulher Melania, um projeto de lei que a primeira-dama ajudou a aprovar no Congresso, para estabelecer penas mais pesadas para a divulgação de imagens íntimas não consensuais ‘online’.

Trump assina projeto de lei que torna

Em março, Melania Trump aproveitou a sua primeira aparição pública desde que retomou o cargo de primeira-dama para viajar até ao Capitólio para pressionar os membros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) a aprovar o projeto de lei após a sua aprovação pelo Senado (câmara alta).

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou hoje aos jornalistas que a primeira-dama foi “fundamental para a aprovação desta importante legislação”, noticiou a agência Associated Press (AP).

O projeto de lei torna crime federal “publicar intencionalmente” ou ameaçar publicar imagens íntimas sem o consentimento da pessoa, incluindo ‘deepfakes’ criados por inteligência artificial (IA).

Os ‘sites’ e as empresas de redes sociais serão obrigados a remover este material no prazo de 48 horas após o pedido da vítima. As plataformas devem também tomar medidas para excluir conteúdo duplicado.

Muitos estados já proibiram a disseminação de ‘deepfakes’ sexualmente explícitos ou pornografia de vingança, mas o ‘Take It Down Act’, o nome do projeto de lei, é um exemplo raro de imposições impostas pelos reguladores federais às empresas de Internet.

O projeto de lei, patrocinado pelos senadores Ted Cruz, republicano do Texas, e Amy Klobuchar, democrata do Minnesota, recebeu um apoio bipartidário esmagador no Congresso, tendo sido aprovado na câmara baixa em abril por 409-2 e no Senado por consentimento unânime.

Mas a medida não está isenta de críticas. Os defensores da liberdade de expressão e os grupos de defesa dos direitos digitais dizem que o projeto de lei é demasiado amplo e pode levar à censura de imagens legítimas, incluindo pornografia legal e conteúdo LGBTQ.

Outros alertam que pode permitir ao governo monitorizar as comunicações privadas e prejudicar o devido processo legal.

A primeira-dama compareceu numa mesa redonda no Capitólio com legisladores e jovens mulheres que tiveram imagens explícitas delas publicadas ‘online’, realçando que é “de partir o coração” ver o que as adolescentes e especialmente as raparigas passam depois de lhes acontecer.

Depois de a Câmara dos Representantes ter aprovado o projeto de lei, Melania Trump classificou a votação bipartidária como uma “declaração poderosa de união na proteção da dignidade, privacidade e segurança das nossas crianças”.

A sua defesa do projeto de lei é uma continuação da campanha ‘Be Best’ que iniciou no primeiro mandato de Trump, com foco no bem-estar das crianças, no uso das redes sociais e no abuso de opioides.

No seu discurso ao Congresso, em março, o presidente republicano frisou que a publicação destas imagens online é “simplesmente terrível” e que estava ansioso por sancionar o projeto de lei.

“E vou usar essa lei para mim também, se não se importar. Não há ninguém que seja tratado pior do que eu online. Ninguém”, insistiu, na altura.

 

DMC // RBF

By Impala News / Lusa

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