Trump defende remoção dos palestinianos da Faixa de Gaza
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump defendeu que as nações árabes deveriam receber mais refugiados palestinianos da Faixa de Gaza, retirando potencialmente uma parte suficiente da população para “simplesmente limpar” o território
No sábado, a bordo do avião presidencial, Trump disse aos jornalistas que mencionou o plano num telefonema com o rei Abdullah II da Jordânia e que falaria hoje com o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi.
“Gostava que ele levasse as pessoas. Gostaria que o Egito acolhesse pessoas”, disse Trump.
“Estamos a falar de, provavelmente, um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limpamos tudo e dizemos: ‘Acabou'”, acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
Trump elogiou a Jordânia por ter aceitado mais refugiados palestinianos após o início da guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas.
O líder republicano referiu que disse a Abdullah II: “Adorava que aceitasse mais [palestinianos], porque estou a olhar para a Faixa de Gaza inteira agora, e está uma confusão. É uma verdadeira confusão”.
Trump disse que a remoção em massa de palestinianos “poderá ser temporária ou de longo prazo”, acrescentando que, “ao longo dos séculos”, a região onde se situa a Faixa de Gaza teve “muitos, muitos conflitos”.
“Algo tem de acontecer”, disse o Presidente dos Estados Unidos. “Mas agora é literalmente um estaleiro de demolição. Quase tudo foi destruído e há pessoas a morrer lá”, acrescentou.
“Portanto, prefiro envolver-me com algumas das nações árabes e construir habitações num local diferente, onde possam talvez viver em paz para variar”, disse Trump.
Em 05 de dezembro, o ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, anunciou que apresentaria a Trump um plano para promover a entrada de judeus colonos e a emigração da população palestiniana de Gaza.
Numa entrevista publicada pelo jornal Maariv, o segundo mais lido em Israel, Ben Gvir, que vive num colonato israelita no território palestiniano da Cisjordânia, garantiu que o apoio de Trump seria uma decisão “lógica” e “moral”.
“Também será bom para os residentes de Gaza que emigram, voluntariamente, é claro”, disse o ministro.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), o novo Presidente dos Estados Unidos apresentou um plano que previa a anexação por parte de Israel de quase 30% da Cisjordânia ocupada.
Também no sábado, Trump pôs fim a restrições, impostas pelo anterior chefe de Estado, Joe Biden, sobre o envio de bombas com peso de duas mil libras (907 quilos) para Israel.
Numa publicação na sua rede social Truth, no sábado, Trump disse: “Muitas coisas que foram encomendadas e pagas por Israel, mas não foram enviadas por Biden, estão agora a caminho!”
Joe Biden interrompeu a entrega destas bombas em maio, para impedir Israel de lançar um ataque total à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Um mês depois, Israel assumiu o controlo da cidade, numa altura em que a grande maioria do milhão de civis que viviam ou se abrigavam em Rafah já tinha fugido.
VQ (RJP/JSD/SO) // APL
By Impala News / Lusa
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