Trump diz que não pondera demitir procurador que investiga ligação à Rússia
O presidente dos EUA disse que não pondera despedir o procurador, mesmo com a sua administração a ser confrontada com novas provas no caso da alegada ingerência russa nas eleições.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse hoje que não está a ponderar despedir o procurador especial do Departamento de Justiça, mesmo com a sua administração a ser confrontada com novas provas no caso da alegada ingerência russa nas eleições.
Donald Trump regressava à Casa Branca da residência de férias oficial do presidente dos EUA, Camp David, quando foi questionado se considerava desencadear um processo de demissão de Robert Mueller, que está a investigar se a campanha presidencial de Trump se coordenou com as autoridades russas para influenciar os resultados.
“Não, não estou [a considerar a demissão]”, respondeu Trump aos jornalistas.
No entanto, o presidente dos EUA não deixou de se juntar aos críticos conservadores da investigação de Mueller, que, segundo foi hoje divulgado, teve acesso a milhares de emails enviados e recebidos por funcionários de Trump antes do início da sua administração, de acordo com pessoas familiarizadas com a transição.
“Não parece bom. É muito triste ver o que se está a passar, a minha equipa ficou muito perturbada com isto”, disse Trump.
“Não consigo imaginar que haja alguma coisa nos emails, honestamente, porque, como dissemos, não há conluio. Não há qualquer conluio”, acrescentou.
Os investigadores não requereram diretamente os registos do grupo de transição ainda existente, ‘Trump for America’, e em vez disso obtiveram-nos de uma agência federal que armazenou o material, segundo as fontes familiarizadas com o processo de transição.
Um advogado enviou no sábado cartas para dois comités do congresso a dizer que a agência federal (General Services Administration – GSA) forneceu de forma imprópria os registos da transição aos investigadores de Mueller.
Kory Langhofer, conselheiro geral para o grupo de transição, escreveu ao republicano que preside ao comité do Senado sobre a segurança interna, contestando a revelação “não autorizada” dos emails.
A GSA tem nos últimos anos fornecido espaço no gabinete e ajuda para as transições presidenciais e tipicamente aloja os registos eletrónicos da transição no seu sistema informático. Mas o grupo ‘Trump for America’ considera os registos privados e não propriedade do governo.
As fontes familiares com a organização da transição falaram à Associated Press sob condição de anonimato por causa da sensibilidade dos registos, indicando que os materiais incluíam comunicações de mais de uma dúzia de responsáveis seniores do grupo de Trump.
Entre os responsáveis que usaram contas de email deste grupo estava o antigo conselheiro para a segurança nacional Michael Flynn, que se declarou culpado de uma série de acusações de falsos testemunhos aos agentes do FBI em janeiro e que agora está a cooperar com a investigação de Mueller.
Flynn foi despedido por Trump em fevereiro por enganar responsáveis seniores da administração norte-americana sobre os seus contactos com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos.
Não é claro o quão reveladores para Mueller serão os conteúdos das contas de email mantidas pela GSA.
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