UNITA critica no parlamento escândalos de corrupção nos tribunais angolanos

O grupo parlamentar da UNITA disse hoje que o primeiro trimestre do ano legislativo de 2023 foi fértil em acontecimentos com impacto na vida dos angolanos e marcado por escândalos de corrupção, sobretudo em torno dos tribunais superiores.

UNITA critica no parlamento escândalos de corrupção nos tribunais angolanos

UNITA critica no parlamento escândalos de corrupção nos tribunais angolanos

O grupo parlamentar da UNITA disse hoje que o primeiro trimestre do ano legislativo de 2023 foi fértil em acontecimentos com impacto na vida dos angolanos e marcado por escândalos de corrupção, sobretudo em torno dos tribunais superiores.

Segundo a vice-presidente do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Albertina Navita Ngolo, os escândalos envolvendo “intérpretes de várias instituições, desde juízes dos tribunais superiores, nomeadamente do Supremo e o de Contas” voltaram a manchar a imagem já desgastada dos agentes públicos.

“A prática de governação contrasta com o discurso oficial de combate contra a corrupção, nepotismo, clientelismo e outros vícios que enfermam o sistema de gestão da coisa pública”, disse a deputada, quando lia a declaração política do grupo parlamentar do maior partido da oposição.

Navita Ngolo realçou também a “tendência preferencial do Sr. Presidente da República, que no âmbito da contratação pública elegeu apenas uma das suas formas”, que, no seu entender é a que “menos promove a concorrência leal, a transparência, a justiça, a universalidade e igualdade exigidas por lei, a adjudicação direta que, para os mais atentos e coerentes, têm beneficiado claramente duas a três empresas que se tornaram hoje nas joias do setor privado, privilegiadas pelo regime, contrariando completamente o discurso do tão propalado ‘novo paradigma de governação'”.

A vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA denunciou que Angola tem uma Constituição da República há 13 anos, mas prevalece no país “um regime que viola os direitos fundamentais dos cidadãos, a liberdade de reunião e de manifestação”.

“As autoridades que deveriam ser defensoras dos mesmos, perseguem, prendem, agridem ativistas cívicos, jornalistas, impedem vigílias e marchas pela liberdade, pela institucionalização das autarquias e outros temas de interesse nacional, tudo à moda antiga, ao arrepio da Constituição e da lei e sempre em contramão com o discurso oficial”, salientou.

Sobre a instituição das autarquias em Angola, Navita Ngolo frisou que, passados seis meses das eleições gerais, o Governo “nega-se a dar a oportunidade dos cidadãos escolherem os seus autarcas por via do voto livre, igual, universal e direto”.

“Estamos a falar da institucionalização das autarquias nos 164 municípios deste rico e belo país, onde o povo passa por várias vicissitudes como fome, desemprego, falta de assistência médica e medicamentosa, fraco acesso a água potável, energia, infraestruturas rodoviárias precárias, insegurança pública e outros males”, observou.

De acordo com Navita Ngolo, a Assembleia Nacional tem feito o seu trabalho em termos de legislação e o grupo parlamentar afirma, “sem rodeios, que o que falta para a conclusão desta tarefa e a convocação das eleições autárquicas em Angola é a vontade política do Presidente da República”.

“E como se não bastasse, a essa espera pelas autarquias, hoje surgiu mais uma avenida de fuga à descentralização política, administrativa e financeira da estrutura central do poder para a local, a famosa ‘nova divisão administrativa’ que alguns grupos colocaram perante a opinião pública, sem uma consulta estruturada e propriamente dita aos cidadãos desta vasta Angola”, referiu.

O grupo parlamentar da UNITA questiona para quem é prioridade a nova divisão administrativa que se pretende propor aos angolanos.

“De certeza absoluta não é do povo. Porque o povo quer autarquias já, e em todos os municípios. É claro que esta pretendida nova divisão administrativa serve apenas para adiar a realização das autarquias por parte de quem ainda não entendeu que o tempo do poder absoluto e hegemónico de um grupo nas decisões sobre matérias estruturantes do Estado passou”, acrescentou.

Sobre a discussão da proposta de lei de alteração à Lei Geral do Trabalho, de 2015, o grupo parlamentar da UNITA considerou que esta “é o resultado de poucos avanços” em relação à sua antecessora, de 2000.

“A intenção do proponente na alteração daquela lei assentava sobre as premissas de avançar o crescimento e o desenvolvimento económico e social do país, a empregabilidade e a sua estabilidade, a dinamização da atividade económica e a consolidação da justiça social, o que não se concretizou com a lei em vigor há oito anos que agora se pretende alterar”, disse.

NME // LFS

By Impala News / Lusa

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