Portugal disponível para apoiar reformas institucionais no novo ciclo em Moçambique
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português, Nuno Sampaio, disse hoje que Portugal tem esperança no novo ciclo de governação em Moçambique, manifestando abertura para apoiar reformas institucionais no país africano.

“O Governo de Portugal quer assim reiterar todo o seu apoio ao desenvolvimento de Moçambique, toda a sua esperança no novo ciclo. Que traga mais desenvolvimento e que traga também o reforço das relações entre Portugal e Moçambique”, declarou à comunicação social Nuno Sampaio, no primeiro dia de uma visita de trabalho de três dias à capital moçambicana, Maputo.
Quando se inicia um novo ciclo de governação no país, que foi às urnas para eleições gerais em outubro do ano passado, segundo Nuno Sampaio, Portugal está disponível para apoiar “todas as reformas institucionais que o Governo de Moçambique entenda fazer”.
“Portugal, a nível técnico, está disponível para ser o parceiro do Governo de Moçambique neste ciclo de reformas”, acrescentou Nuno Sampaio, que falava, em Maputo, após uma reunião com a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Moçambicanas no Exterior, Maria Manso.
Segundo o responsável, o reforço da cooperação na cultura, educação e saúde também é uma prioridade, bem como no setor empresarial, lembrando que atualmente cerca de 500 empresas portuguesas operam no país africano.
“Há vontade do Governo de Moçambique de reforçar essas relações económicas e empresariais e Portugal está disponível, (…) as relações entre Moçambique e Portugal são excelentes. São relações entre países que partilham a mesma língua e laços de solidariedade”, frisou Nuno Sampaio.
Um novo executivo tomou posse em janeiro em Moçambique, saído das eleições gerais de 09 de outubro, um escrutínio que ficou marcado pela pior contestação aos resultados eleitorais que o país africano conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994).
Os protestos, liderados pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, provocaram a morte de cerca de 390 pessoas em confrontos com a polícia, segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, com o Governo moçambicano confirmar pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Contudo, em 23 de março, Mondlane e o Daniel Chapo, Presidente já empossado, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nos posicionamentos públicos dos dois políticos.
Em 05 de março, Chapo e os principais partidos políticos assinaram um compromisso para a pacificação do país, um documento já aprovado pelo parlamento e que prevê, entre outros aspetos, revisões à lei eleitoral e à Constituição, bem como aos poderes do Presidente.
A visita de Nuno Sampaio termina na sexta-feira e, além de encontros com quadros do MNE moçambicano, o secretário de Estado português vai manter encontros com a ministra da Educação e Cultura de Moçambique, Samaria Tovela, e a delegação da União Europeia no país africano.
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By Impala News / Lusa
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