Alcochete: Coates afirma que Bruno de Carvalho «não estava no seu estado normal»

Defesa central recorda altura em que o ex-presidente dos leões insultou os jogadores um mês antes do ataque.

Alcochete: Coates afirma que Bruno de Carvalho «não estava no seu estado normal»

Sébastian Coates é a última testemunha da 15ª sessão do julgamento do ataque à Academia de Alcochete, que decorre esta quinta-feira, 19 de dezembro. Através de videoconferência, o defesa central dos leões recorda a reunião de dia 7 de abril de 2018, onde o tema foi o post no Facebook de Bruno de Carvalho, com insultos aos jogadores.

«Dissemos-lhe que não podia colocar coisas no Facebook. Eu fiquei com a sensação de que Bruno de Carvalho não estava no seu estado normal. Houve muitos gritos entre Rui Patrício e William [Carvalho]», afirma.

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Na final do jogo da Madeira, Coates revela que a equipa saudou os adeptos. «Não me recordo de nenhum de nós insultarmos os adeptos. No aeroporto procuravam pelo Acuña. Uns cinco ou seis adeptos», acrescenta o jogador. Jorge Jesus, Rui Patrício e William [Carvalho], assim como Battaglia tentaram aclamar os ânimos.

O jogador do Uruguai confirma ter estado na reunião que antecedeu o dia do ataque – a 14 de maio – e conta que Bruno de Carvalho se dirigiu a Acuña e contou-lhe que os adeptos tinham passado a noite a ligar-lhe, «para saberem onde morava» o jogador.

«Bruno de Carvalho disse que [Acuña] não podia ter feito o que fez ao chefe da claque [Nuno Mendes]», disse Coates. A testemunha relembra que Bruno de Carvalho dizia que Acuña «tinha tido problemas no aeroporto com Fernando Mendes» e que foi essa a «pessoa que lhe ligou toda a noite para saber a morada» do jogador.

Coates: «Ordenei-lhe [à mulher] que viajasse para o Uruguai»

Sébastian Coates contou em tribunal – através de videoconferência – alguns dos insultos e ameaças que ouviu naquele dia. «A mim, pessoalmente, disseram-me que não merecia vestir a camisola. Ameaçavam os jogadores e insultavam todos, no geral» recorda.

Entre as ameaças, Coates refere que ouviu a frase: «’Se não ganharem no domingo vão ver o que acontece’».

A invasão à Academia fez com que o médio defensivo temesse pela segurança da família. «Comecei por ligar a minha mulher. Disse-lhe que estava bem, mas que estavam companheiros com agressões. Ordenei-lhe que viajasse para o Uruguai com os meus filhos. Fiquei com muito medo que isto acontecesse de novo. Liguei ao meu agente a dizer que estava com pensamentos de sair do clube», afirma.

Texto: Sílvia Abreu

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