Alterações climáticas são o maior risco que o mundo vai enfrentar daqui a 10 anos

As alterações climáticas serão dentro de dez anos o maior risco que o mundo vai enfrentar, de acordo com o Relatório Anual de Riscos Globais do Fórum Económico Mundial.

Alterações climáticas são o maior risco que o mundo vai enfrentar daqui a 10 anos

Nos próximos 10 anos, as alterações climáticas e as suas consequências representarão o maior risco para o mundo, de acordo com mais de 900 especialistas globais académicos, gestores e políticos convidados a avaliar 33 riscos globais num horizonte de dois anos e 10 anos para o Relatório Anual de Riscos Globais do Fórum Económico Mundial (FEM).

Com a inflação a diminuir na maioria das partes do mundo, os especialistas deixaram de considerar a crise do custo de vida uma das questões mais urgentes a curto prazo. Em vez disso, pelo segundo ano consecutivo, a desinformação é considerada o risco mais grave nos próximos dois anos. Depois do “super ano eleitoral” de 2024, a desinformação é ainda considerada um grande risco, já que as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) facilitaram a criação de informações falsas na forma de texto, imagem e até mesmo vídeo. A IA tem o potencial de “semear ainda mais a divisão”, resultando em “sociedades ainda mais polarizadas” propensas à “radicalização” e à “agitação política”.

Olhando para o horizonte de 10 anos, espera-se que a desinformação continue a ser uma grande ameaça, mas os quatro riscos mais severos enfrentados pelo mundo estão todos relacionados com alterações climáticas. No entanto, deixaram de ser vistas apenas como um problema de longo prazo, já que o relatório deste ano revela um crescente sentido de alarme também no curto prazo.

“Políticas de saúde em Portugal divorciadas” das alterações climáticas

Eventos climáticos extremos são classificados como o segundo risco mais severo para o presente e o futuro próximo, marcando uma alteração notável em relação às edições anteriores do relatório. O gráfico abaixo ilustra a diferença entre o que os especialistas consideram riscos de curto prazo e que desafios moldarão o mundo ao longo de anos ou mesmo décadas. A 20ª edição do Relatório de Riscos Globais do FEM prevê “um cenário global cada vez mais fragmentado, onde crescentes desafios geopolíticos, ambientais, sociais e tecnológicos ameaçam a estabilidade e o progresso”.

Em Portugal, por exemplo, as políticas em Portugal negligenciam o impacto das alterações climáticas na saúde. O primeiro Relatório Saúde e Ambiente 2024, produzido pelo Observatório Português da Saúde e Ambiente (OPSA), criado pelo Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA), adverte que, embora os fatores ambientais que afetam a saúde humana tenham um impacto cada vez maior, “as políticas de saúde em Portugal continuam quase totalmente divorciadas destas questões” ambientais.

“Os mecanismos de monitorização dos fatores ambientais determinantes da saúde são quase inexistentes, as estruturas de saúde não estão preparadas para prevenir ou reagir atempadamente a fenómenos extremos de origem climática ou ao surgimento de uma nova pandemia”, realça o documento, que contou com a contribuição de quase 100 especialistas e de instituições académicas e de investigação nacionais.

Infographic: The Largest Risks Faced by the World | Statista You Statista

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