Arqueólogos perplexos com descoberta de moedas romanas em ilha nunca habitada

Arqueólogos confusos com descoberta de duas moedas romanas de prata cunhadas durante o Império Romano encontradas numa ilha remota e deserta.

Os arqueólogos dizem-se “perplexos, mas entusiasmados” com a descoberta de duas moedas romanas de prata numa ilha remota no Mar Báltico, a meio caminho entre Suécia e Estónia. Nenhuma pista revela como as moedas chegaram lá, mas podem ter sido deixadas por comerciantes nórdicos, perdidas num naufrágio ou levadas num navio romano.

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Johan Rönnby, arqueólogo da Universidade Södertörn em Estocolmo, integra a equipa que encontrou as moedas com detetores de metal, em março, num local de praia marcado por antigas lareiras na ilha de Gotska Sandön. As duas moedas de prata encontradas na ilha são “denários” romanos – uma do reinado do imperador Trajano, entre 98 e 117 d.C., e a outra do reinado do imperador Antonino Pio, entre 138 e 161 d.C.

Moedas romanas eram os denarios e deram origem à palavra dinheiro

Cada uma das moedas romanas pesa 4 gramas e representaria cerca de um dia de pagamento de um trabalhador quando foram cunhadas. Os denarios eram a moeda padrão da Roma antiga e o seu nome sobrevive até hoje – “dinheiro” – em vários idiomas com origem no Latim, como “denaro” em italiano e “dinero” em espanhol.

Rönnby diz que as moedas do Império Romano poderiam ter permanecido em circulação por muito tempo, porque a prata que continham sempre foi valiosa. Podem ter sido levadas até Gotska Sandön “por comerciantes nórdicos que se abrigaram lá das tempestades no mar”. Também é possível que tenham sido levadas por sobreviventes de um eventual naufrágio, já que as águas em redor da ilha são “notoriamente perigosas e a área está repleta de destroços”.

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Outra possibilidade é a de que as moedas tenham sido levadas pelos romanos num navio romano, embora não haja registos de tal viagem ao Báltico. “Não é provável que seja um navio romano”, disse Rönnby. “Mas devemos considerar também que os romanos estavam a navegar para a Escócia, por exemplo, e que havia autores romanos na época a escreverem sobre a área do Báltico.”

Mistério de como as moedas ali chegaram “pode nunca ser resolvido”

Também foram encontradas moedas romanas na maior ilha de Gotland, cerca de 25 milhas náuticas (40 quilómetros) mais a sul, o que “talvez fosse esperado porque era uma localização de várias cidades”. Gotska Sandön, no entanto, “não tem cidades nem aldeias”. Gotska Sandön – que significa Ilha de Areia – é desabitada, mas “foi lar de faroleiros no século XIX”. Antes disso, “era conhecida como local de naufrágios e refúgio de piratas”, diz Rönnby.

Citado pela revista  Live Science, o arqueólogo Daniel Langhammer, que supervisiona o património cultural em Gotska Sandön, afirma que as novas descobertas ecoam das afirmações de um faroleiro do século XIX, segundo as quais terá encontrado uma outra moeda romana na ilha. Mas o mistério de como ali chegaram “pode nunca ser resolvido”, diz. “Simplesmente não sabemos como chegaram lá.”

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A ilha remota também já foi frequentada por caçadores de focas – que agora é proibida – e por pescadores durante os meses de verão. Rönnby e os colegas, incluindo Sabine Sten, osteologista da Universidade de Uppsala, deverão regressar ao local ainda neste ano, na esperança de reconstruírem a história desta ilha remota.

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