Casados desde setembro de 1997, Mark e Marie Miller tiveram a primeira filha, Helen Miller, em 2002. Devido à paralisia cerebral, Helen necessitava de cuidados especiais. Por isso, o casal resolveu comprar e equipar uma casa em Lancaster, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, no nome da filha. Dois anos depois da mudança, em 2007, nasceu Claire Elaina Miller. Descrita como “boa aluna, participante ativa em atividades extracurriculares e de personalidade amigável”, Claire tinha “uma ótima relação com toda a gente, incluindo com a irmã mais velha. Perante isto, nada fazia prever que Claire viria a tornar-se conhecida como a Assassina do TikTok.

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Ajudava os pais a cuidarem de Helen e passava o resto do dia no quarto, a gravar vídeos para o TikTok. A conta com 22 mil seguidores possuía vídeos de dobragens, danças e até filmagens engraçadas, nas quais Helen aparecia ao fundo. Aparentemente feliz e normal, a família desabou na noite de 22 de fevereiro de 2021, quando Claire, aos 14 anos, depois de todos se terem recolhido aos seus quartos, assassinou a irmã com uma faca de cozinha. Helen dormia quando recebeu múltiplos golpes até a morte.

Após a uma da madrugada, A Polícia local recebeu uma ligação em que Claire afirmava ter esfaqueado a irmã. Cinco minutos depois, os agentes estacionavam em frente à casa da família, onde a Claire os aguardava, do lado de fora, a limpar as mãos ensanguentadas na neve. Reafirmou termatado a irmã, guiou as autoridades até o quarto de Helen, encontrando um cenário de horror. Ao destaparem a cara de Helen – escondida debaixo da almofada –, avistaram a faca ainda cravada no pescoço.

Claire, que estava em choque, mal conseguia comunicar com as autoridades. Apresentava arranhões nos braços, o que indicava a possível tentativa de defesa de Helen. A vítima havia sido esfaqueada duas vezes no peito, duas no peito e vezes na garganta. Mark e Marie, que ainda dormiam, só tomaram conhecimento do ocorrido quando os agentes os acordaram. Claire foi presa de imediato e os paramédicos tentaram reanimar Helen, que ainda respirava, mas sem sucesso. O óbito foi declarado às 04h13, depois de todas as tentativas para estabilizá-la falharem.

Quando a prisão de Claire foi anunciada, o número de seguidores no TikTok de Claire disparou, mas a conta apagada pela própria plataforma… Não antes de o público salvar os conteúdos e republicá-los. Um dos vídeos que teria sido supostamente publicado por Claire, no dia anterior ao ocorrido, mostra uma luva de látex e uma girafa de peluche ensanguentadas, mas não se sabe se o conteúdo pertencia de facto à conta da adolescente, entretanto banida.

De acordo com testemunha anónima que terá conversado com Claire na noite do crime, a adolescente terá falado em pensamentos autodestrutivos e homicidas, o que corrobora o testemunho de dois psiquiatras que, no tribunal, afirmaram que Claire sofre de psicose, depressão e ansiedade. A adolescente terá dito aos clínicos ter ouvido vozes na noite do crime, que a incitaram a cortar a própria garganta. Rejeitando a audiência preliminar, Miller declarou-se culpada e o advogado de defesa alega insanidade, para ilibar a jovem cliente

Claire está acusada de homicídio como adulta, de acordo com a lei do estado da Pensilvânia. A defesa solicitou entretanto transferência do processo para um tribunal juvenil, o que ainda se aguarda. A verdadeira motivação para o crime permanece desconhecida. Especula-se porém que Claire tenha assassinado Helen, de 19 anos, por ciúmes. A irmã mais velha necessitava de mais atenção e cuidado dos pais, o que pode ter gerado o sentimento de exclusão e negligência.

“Amamos as nossas duas filhas. Sei que a Claire não queria fazer isto. Perdemos a Helen e não queremos perder também a Claire. Não queremos que ela seja punida. Queremos que receba ajuda, e que não seja afastada por algo que ela não podia controlar”, disse Marie, em entrevista no dia seguinte ao crime. Outras suspeitas da motivação incluem os bens registados no nome de Helen, o que teria causado a ira de Claire. Se condenada como adulta, a adolescente pode ser sentenciada à prisão perpétua ou mesmo à pena de morte.

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