Já é possível construir casas com fraldas sujas
Todos os anos, mais de 18 mil milhões de fraldas descartáveis acabam em aterros sanitários. Um grupo de investigadores pôs mãos à obra e deu-lhes um novo uso.
Uma estudante de doutoramento em engenharia arquitetónica na Universidade de Kitakyushu, no Japão, recorreu às fraldas sujas do seu próprio filho bebé para construir uma casa. A investigadora e os restantes autores do estudo concluíram que até 8% da areia usada para fazer betão e argamassa pode ser substituída por fraldas descartáveis usadas. Tal pode ajudar a solucionar problemas ambientais, nomeadamente através da redução da poluição causada por construções e aterros sanitários.
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“Um bebé num dia pode [usar] quatro ou cinco pares de fraldas… pode imaginar o desperdício que as fraldas podem produzir em apenas um país”, alerta Siswanti Zuraida, principal autora da investigação publicado na revista Scientific Reports. As fraldas foram lavadas, desinfetadas e curadas ao longo de 28 dias ao sol. Depois, rasgou-as com uma tesoura. O processo, explica a estudante, mostra que qualquer um o pode replicar.
18 mil milhões de fraldas acabam em aterros todos os anos
A equipa testou seis amostras diferentes de materiais de construção com diferentes quantidades de fraldas rasgadas para perceber quanto poderia ser adicionado sem comprometer a resistência do material. Os resultados mostram que, para uma casa de três pisos, situa-se nos 8%. Já para uma casa com um único andar, este valor sobe para 27%.
“Esta pesquisa concluiu que adicionar fraldas usadas ao betão não diminui significativamente a resistência. Isso demonstra que o uso de fraldas para criar materiais compósitos é viável, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de materiais ecologicamente corretos e económicos”, declaram os autores. Todos os anos, mais de 18 mil milhões de fraldas descartáveis acabam em aterros sanitários.
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Foto: Shutterstock
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