Dormir 8 horas por noite pode aumentar risco de demência, diz estudo

Quem dorme 8 horas por noite tem maior probabilidade de desenvolver demência. Quantas horas devemos então dormir?

Dormir 8 horas por noite pode aumentar risco de demência, diz estudo

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão de que dormir 8 horas por noite aumenta a probabilidade de desenvolver demência. Todos os anos são diagnosticados 10 milhões de casos novos desta doença degenerativa do cérebro. Para o estudo foram observados 100 adultos com idade média de 70 anos. Os pacientes foram monitorizados ao longo de cinco anos, período em que 12 pessoas apresentaram sinais de declínio cognitivo, incluindo um caso de demência leve. O Alzheimer é a principal causa de declínio cognitivo em idosos e é a principal forma de demência.

Ao longo do estudo, os participantes foram sujeitos a vários testes com o intuito de identificar sinais de comprometimento cognitivo. Os investigadores acompanharam quatro a seis noites de sono dos voluntários três anos após o começo do estudo com o auxílio de uma máquina de EEG. Assim, os especialistas descobriram que, tal como pouco sono, excesso de sono era um fator de risco para um cérebro envelhecido.

Duração ou qualidade?

Dormir menos de 4,5 horas ou mais de 6,5 horas por noite foi mais comummente observado naqueles que apresentaram declínio cognitivo ao longo do tempo. O efeito foi semelhante à idade, aquela que é a grande força motriz da demência. “Sabemos de anteriores pesquisas que a falta de sono está associada ao declínio cognitivo”, disse Greg Elder, professor sénior de psicologia e diretor associado da Northumbria Sleep Research. “Mas é menos claro por que razão o sono prolongado está associado ao declínio cognitivo”, acrescentou. “Pode ser que não seja necessariamente a duração do sono que importa, mas a qualidade desse sono quando se trata do risco de desenvolver demência”.

A qualidade do sono refere-se por quanto tempo a pessoa dorme um sono profundo e restaurador, o que é vital por uma série de razões. O estudo revela ainda que ter menos sono de onda lenta ou delta – o tipo de sono durante o qual se sonha e é registado o movimento rápido dos olhos (REM) – é mais prejudicial para a saúde do cérebro.

O coautor sénior David Holtzman, MD, professor de neurologia, disse que o estudo sugere que “a qualidade do sono pode ser fundamental, ao contrário do sono total”. Já o primeiro autor do estudo Prof Brendan Lucey dá conta que “a pesquisa sugere que há uma faixa média, ou ‘ponto ideal’, para o tempo total de sono onde o desempenho cognitivo foi estável ao longo do tempo”. Para o especialista, as pessoas que acordam a sentirem-se descansadas depois de pouco ou muitas horas de sono não devem sentir-se compelidas a mudarem os seus hábitos.

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