Famílias acusam Governo israelita de sacrificar reféns em Gaza
O Fórum das Famílias, uma associação de familiares dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, acusou hoje o Governo israelita de pretender sacrificar os sequestrados, após a aprovação de uma expansão da ofensiva israelita no território palestiniano.

Este plano merece o nome de “plano Smotrich-Netanyahu” porque “sacrifica reféns”, segundo um comunicado do Fórum, referindo-se à influência do ministro das Finanças (extrema-direita), Bezalel Smotrich, no Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
“Esta manhã, o Governo admitiu que está a preferi tomar o território em vez de resgatar os reféns, contrariando os desejos de mais de 70% da população”, acrescentou a nota da associação.
O gabinete segurança de Israel aprovou entre a noite de domingo e hoje a expansão da ofensiva israelita em Gaza, que incluirá a “conquista da Faixa de Gaza”, o controlo de territórios no enclave e a promoção da “saída voluntária dos residentes de Gaza” do território palestiniano, afirmou hoje uma fonte oficial israelita.
O primeiro-ministro israelita declarou ainda durante a reunião que “continua a promover o plano de Trump para permitir a saída voluntária dos residentes de Gaza e que as negociações sobre este assunto continuam”, segundo a mesma fonte.
“O gabinete aprovou também por larga maioria a possibilidade de distribuição (de ajuda) humanitária, se necessário, para impedir o Hamas de assumir o controlo dos fornecimentos”, explicou.
Segundo a fonte oficial, durante a reunião, os membros do gabinete disseram que há “atualmente alimentos suficientes em Gaza”.
O plano israelita, que segundo a fonte seria implementado de forma gradual, pode marcar uma escalada significativa dos combates em Gaza, que recomeçaram em 18 de março, depois de Israel quebrar o cessar-fogo que havia sido estabelecido entre as partes.
No domingo, o chefe do Estado-Maior Militar de Israel, tenente-general Eyal Zamir, disse que o exército estava a convocar dezenas de milhares de soldados da reserva e disse que Israel “operaria em áreas adicionais” em Gaza e continuaria a atacar as infraestruturas dos combatentes islamitas.
Israel já controla cerca de metade do território de Gaza, incluindo uma zona tampão ao longo da fronteira com Israel, bem como três corredores que vão de leste a oeste ao longo da Faixa.
A guerra em Gaza começou, em outubro de 2023, quando militantes liderados pelo Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. Israel diz que 59 prisioneiros permanecem em Gaza, embora se acredite que cerca de 35 estejam mortos.
A ofensiva de Israel matou mais de 52 mil pessoas em Gaza, muitas destas mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde palestinianas, controladas pelo Hamas.
Os combates deslocaram mais de 90% da população de Gaza, incluindo várias vezes, e transformaram Gaza numa paisagem inabitável.
CSR // SB
By Impala News / Lusa
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