Guterres denuncia “nível intolerável de sofrimento” em Gaza
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciou hoje o “nível intolerável de sofrimento” dos palestinianos em Gaza, apelando ao “total respeito pelo cessar-fogo” e pela entrada “sem impedimentos” da ajuda humanitária.

Guterres reiterou ainda o seu apelo à “libertação incondicional dos reféns” ainda detidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em declarações aos jornalistas, em Genebra, após uma reunião dedicada à resolução da crise no Chipre.
Hoje, Israel disse que não tinha outra escolha senão retomar as operações militares no território para trazer de volta os reféns, depois de ter realizado os ataques aéreos mais intensos desde o início da trégua, que fizeram mais de 400 mortos, segundo o Hamas.
Antes, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse estar “horrorizado” com o retomar dos bombardeamentos israelitas.
“O único caminho a seguir é um acordo político, de acordo com a lei internacional. O uso de ainda mais força militar por parte de Israel só acumulará mais miséria sobre uma população palestiniana que já sofre com condições catastróficas”, escreveu Turk numa declaração.
“Este pesadelo deve terminar imediatamente. Os reféns devem ser libertados imediata e incondicionalmente. Todos os detidos arbitrariamente devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, insistiu Turk, referindo-se ao destino dos capturados pelo Hamas durante o seu ataque ao território israelita, a 07 de outubro de 2023.
“A guerra deve acabar de uma vez por todas. Instamos todas as partes influentes a fazerem todo o possível para alcançar a paz e evitar mais sofrimento para os civis”, sublinhou o Alto-Comissário.
Pouco depois das 02:00, no horário local (00:00 em Lisboa), o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que este tinha ordenado ao exército que agisse “vigorosamente contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”.
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou o ataque ao afirmar que o Hamas se nega a libertar os reféns que mantém ainda em cativeiro e também por ter rejeitado as propostas dos Estados Unidos para prolongar a primeira fase do cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, no lugar de passar à segunda fase do acordo, como originalmente acordado.
O ministro da Defesa de Israel anunciou hoje que o país “retomou os combates” na Faixa de Gaza até que todos os reféns ainda retidos pelo Hamas sejam libertados, tendo o exército israelita dado conta de “ataques extensivos contra alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”.
Os bombardeamentos, que tiveram como alvo vários locais do enclave, atingiram escolas que acolhem refugiados e zonas humanitárias, causando vítimas em Khan Yunis, no sul de Gaza, bem como em Nuseirat e Al-Bureij (centro) e em Jabalia e na Cidade de Gaza (norte), de acordo com informações e imagens divulgadas pelos meios de comunicação palestinianos.
A segunda fase do cessar-fogo em Gaza deveria ter começado no passado dia 02 de março, mas Israel e o Hamas nunca chegaram a acordo sobre os termos.
RJP // JH
By Impala News / Lusa
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