Hong Kong: Cinco detenções após confrontos no aeroporto

A polícia de Hong Kong confirmou a detenção de cinco pessoas na sequência dos confrontos registados entre as forças policiais e manifestantes pró-democracia.

Hong Kong: Cinco detenções após confrontos no aeroporto

O porta-voz da polícia local, Mak Chin-ho, precisou que os cinco homens detidos, com idades compreendidas entre os 17 e os 28 anos, são acusados de promover uma manifestação ilegal. Dois dos detidos são igualmente acusados de agredir um elemento das forças policiais e de possuir armas ofensivas, segundo a mesma fonte.

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Maioria dos manifestantes são estudantes universitários

O porta-voz admitiu a possível detenção de mais suspeitos, incluindo ativistas que agrediram um polícia da unidade anti motim durante incidentes registados terça-feira, 13 de agosto, à noite no aeroporto de Hong Kong. A lei do território prevê sentenças de prisão perpétua para as pessoas que cometam atos violentos ou atos que possam interferir na segurança do tráfego aeroportuário e do aeroporto.

«A polícia promete a todos os cidadãos de Hong Kong que tomaremos as medidas para levar todos os culpados à justiça», concluiu o porta-voz, em declarações à comunicação social. A grande maioria dos manifestantes pró-democracia são estudantes universitários, cerca de metade são homens e estão na faixa etária dos 20 anos e quase todos admitem que odeiam a polícia, segundo um estudo hoje divulgado pelas agências internacionais que traça o perfil dos ativistas que têm estado envolvidos nestas últimas 10 semanas de protestos em Hong Kong.

O estudo, desenvolvido por investigadores de quatro universidades daquele território, envolveu entrevistas a mais de 6.680 pessoas ao longo de 12 ações de protesto de diferentes tipos, de grandes manifestações a iniciativas de menor dimensão. Quando questionados sobre as razões que motivaram o seu envolvimento no movimento pró-democracia, 87% falaram da anulação da lei de extradição, 95% apontaram o seu desagrado com a atuação da polícia nas manifestações e 92% pediram a criação de uma comissão independente de inquérito sobre a violência policial.

Hong Kong atravessa pior crise política

Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997. Nos últimos dois meses, o território tem sido palco de manifestações quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e ativistas mais radicais. Iniciada em junho contra um projeto-lei de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição (que visava permitir extradições para Pequim), a contestação nas ruas generalizou-se e ampliou as suas reivindicações, denunciando agora o que os manifestantes afirmam ser uma «erosão das liberdades» e uma ingerência da China nos assuntos internos daquele território.

A demissão da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que conta com o apoio da China, é uma das exigências dos manifestantes pró-democracia. Desde a passada sexta-feira, 9 de agosto, os manifestantes pró-democracia têm estado concentrados junto do aeroporto internacional de Hong Kong, situação que obrigou, na segunda e na terça-feira, ao cancelamento de centenas de voos.

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