Israel garante que incursão nos Montes Golã sírios é “limitada e temporária”
O embaixador israelita na ONU disse que o país tomou “medidas limitadas e temporárias”, com uma incursão na zona desmilitarizada dos Montes Golã sírios, devido à “ameaça à segurança” dos seus cidadãos
Danny Danon garantiu, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU realizada à porta fechada, que Israel “não intervirá no conflito entre os rebeldes na Síria”, de acordo com uma mensagem publicada na rede social X, na segunda-feira.
O diplomata disse que a incursão foi lançada depois de, no sábado, “grupos armados terem entrado” na “zona tampão” entre Israel e a Síria, atacado uma missão de observadores da ONU e assumido o controlo de vários postos avançados da missão.
Os grupos armados “colocaram seriamente em perigo a segurança do pessoal da ONU”, pelo que as forças armadas “ajudaram as tropas da ONU a repelir o ataque”, disse.
O diplomata anexou uma carta dirigida à presidente do Conselho, a embaixadora norte-americana Linda Thomas-Greenfield, com uma cópia para o secretário-geral da ONU, António Guterres. Na missiva, indicou que as forças israelitas estão posicionadas em pontos com necessidades defensivas.
Horas antes, Guterres defendeu que a incursão do Exército israelita na zona desmilitarizada dos Montes Golã sírios viola o acordo territorial entre ambos os países, datado de 1974.
“Acreditamos que isto será uma violação do acordo de 1974, e os acordos não devem ser violados”, indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.
O Exército israelita confirmou que tomou a parte síria do Monte Hermon, dentro da zona desmilitarizada, após a queda do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a tomada de Damasco pelos rebeldes islâmicos sírios.
Fontes do Governo israelita indicaram mais tarde que as tropas avançaram no máximo três quilómetros desde a fronteira.
Israel conquistou parte dos Montes Golã à Síria durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar este território em 1981, ato que não é reconhecido pela ONU.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, garantiu que não tem intenção de interferir nos assuntos internos do país vizinho e pediu aos habitantes de cinco cidades sírias localizadas na zona desmilitarizada que permaneçam em casa.
Embora Israel não o tenha confirmado oficialmente, os meios de comunicação sírios e grupos de ativistas relatam desde domingo que aviões israelitas estão a bombardear alvos militares do regime de Assad em Damasco, incluindo aeroportos militares e armazéns de armas.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo que a parte dos Golãs sírios ocupada e anexada por Israel pertence ao seu país “para a eternidade”.
VQ (MYMM/RJP) // EJ
By Impala News / Lusa
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