Porque querem tantos jovens africanos fugir do continente?
A principal razão porque tantos jovens africanos querem deixar o continente reside em fatores económicos, mas outros motivos os levam a querer fugir.
De acordo com um relatório divulgado hoje pela agência para o asilo da UE, entre janeiro e junho deste ano foram feitos 513 mil pedidos de asilo para os países do bloco político comunitário. Deste total, 46% das pessoas receberam o estatuto de refugiado, por ter sido considerada como comprovada a necessidade de proteção e cerca de 75% dos jovens africanos querem fugir do continente nos próximos anos.
A Alemanha recebeu 124 mil pedidos de proteção temporária, um quarto do total de pedidos feitos até ao final de junho. Espanha foi o segundo país que mais pedidos de asilo registou (88 mil), seguido por Itália (85 mil). O Chipre, que recebeu 4.900 pedidos de asilo, foi o país com mais percentagem de pedidos per capita.
Quase três em cada cinco jovens africanos – onde Portugal tem raízes coloniais – disseram que têm “muita” ou “alguma probabilidade” de considerar emigrar para outro país nos próximos três anos, de acordo com o Inquérito da Juventude Africana 2024 da Ichikowitz Family Foundation. Isto marca um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2022, quando o último inquérito foi feito, provavelmente impulsionado pela melhoria da liberdade de movimento pós-pandemia.
Enquanto os jovens do Ruanda que consideram emigrar disseram que provavelmente seria “apenas temporário” (90%), os de Nigéria (45%), Gana (44%) e Congo Brazzaville (41%) estão entre os mais propensos a dizer que fariam uma “mudança permanente”. O inquérito de 2024 incluiu 5.604 pessoas com idades entre 18 e 24 anos em 16 países – Botsuana, Camarões, Chade, Congo Brazzaville, Costa do Marfim, Etiópia, Gabão, Gana, Quénia, Malawi, Namíbia, Nigéria, Ruanda, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Os principais motivos citados como motivações para mudar-se para o exterior incluíram “razões económicas” (selecionadas por 43% dos entrevistados), “oportunidades educacionais” (38%) e “corrupção” nos respetivos países de origem dos entrevistados. A última opção, corrupção, registou um aumento de três pontos percentuais desde o inquérito de 2022. Na África do Sul, a corrupção foi citada como o principal motivo para os jovens considerarem emigrar em 2024 (38%), bem como no Gabão (32%).
Quando questionados sobre quais são as principais barreiras para encontrar emprego, a corrupção foi selecionada como o principal problema (40%), seguida pela falta de “empregos bem remunerados” (29%) e pelo insuficiente “apoio governamental” (27%).
You Statista
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