Liga Árabe considera deslocação de palestinianos inaceitável
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, considerou hoje “inaceitável para o mundo árabe” deslocar palestinianos do seu território para outros países, numa referência às declarações do Presidente norte-americano.
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“Nós, árabes, lutámos contra esta ideia durante 100 anos e não estamos prontos para nos rendermos agora”, disse Aboul Gheit numa cimeira de governos mundiais no Dubai, quando questionado sobre a insistência do presidente norte-americano, Donald Trump, em retirar da Faixa de Gaza os seus habitantes.
“Isto é inaceitável para o mundo árabe”, acrescentou.
Aboul Gheit confirmou também a realização de uma cimeira de emergência sobre a questão palestiniana no Egito, no dia 27 de fevereiro, acrescentando que os países árabes têm duas semanas para desenvolver uma posição comum sobre o assunto.
Os países árabes rejeitaram veementemente a proposta de Donald Trump, insistindo no objetivo de uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, com um Estado palestiniano independente ao lado de Israel.
Na semana passada, Trump propôs expulsar mais de dois milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza e transformá-la numa “Riviera do Médio Oriente”, gerando protestos globais, sobretudo no mundo árabe.
O plano, aplaudido pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, implicaria a deslocação dos mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza para o Egito, a Jordânia e outros países, segundo Trump.
Na terça-feira, ao receber o Rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca, Donald Trump expressou mais uma vez o seu desejo de iniciar o desenvolvimento imobiliário na Faixa de Gaza.
“Seremos donos de Gaza. Não precisamos de a comprar. Não há nada para comprar”, declarou o presidente norte-americano na terça-feira, assegurando que o território seria colocado “sob controlo americano”, sem explicar como.
A Faixa de Gaza ficou quase totalmente destruída devido à ofensiva militar israelita de grande escala que se seguiu ao ataque do Hamas contra Israel de 07 de outubro de 2023.
O conflito provocou dezenas de milhares de mortos, na grande maioria palestinianos, e os combates só foram interrompidos com uma trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro.
O acordo prevê a troca de reféns israelitas raptados pelo Hamas em 07 de outubro por prisioneiros palestinianos detidos em Israel.
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By Impala News / Lusa
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