Mais de 7 mil detidos em agosto no Brasil por homicídio de mulheres e violência doméstica
As autoridades policiais brasileiras executaram 7.130 detenções de pessoas por homicídio de mulheres e violência doméstica e atenderam 73.336 vítimas, 02 a 30 de agosto.
Brasília, 04 set 2024 (Lusa) — O Brasil cumpriu de 02 a 30 de agosto 7.130 detenções de pessoas por homicídio de mulheres e violência doméstica e atendeu 73.336 vítimas, indicou na terça-feira o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“O número de medidas protetivas de urgência solicitadas chegou a 49.542, e o de medidas protetivas de urgência acompanhadas foi de 956” frisaram, em comunicado, as autoridades brasileiras.
Mais de 280 pessoas foram apanhadas em flagrante delito nas operações em 1.285 municípios.
Para além disso, foram apreendidos 989,89 quilogramas de drogas e 1.286 armas.
Segundo o 18.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registou um ato de violação sexual a cada seis minutos em 2023, totalizando 83.988 casos.
A organização, que recolhe os dados nas Secretarias de Segurança de todos os estados brasileiros para fazer o levantamento, concluiu que o total de violações registadas no país sul-americano cresceu 6,5% no ano passado face a 2022. A taxa de violações ficou em 41,4 para cada 100 mil pessoas.
Segundo o levantamento feito pelo fórum, a maioria das vítimas de violação foram crianças com até 14 anos de idade e pessoas vulneráveis (76%), do sexo feminino (88,2%) e negras (52,2%).
A violência contra as vítimas com esse perfil geralmente aconteceu dentro de casa (61,7%), a maioria dos agressores era um familiar (64%) ou pessoa conhecida da vítima (22,4%).
Além dos casos de violação sexual, o levantamento mostrou que houve um aumento de todas as modalidades de violência praticada contra as mulheres no Brasil no ano passado.
O número de feminicídios subiu 0,8% no país, totalizando 1.467 casos em 2023. A maioria das vítimas de feminicídio eram negras (63,6%), com idade entre 18 e 44 anos (71,1%) e foram mortas em suas casas (64,3%). A maioria dos assassinos eram parceiros das vítimas (63%), ex-parceiros (21,2%) ou um familiar (8,7%).
As tentativas de feminicídio também cresceram 7,1%, totalizando 2.797 vítimas no ano passado.
O levantamento detetou que as agressões decorrentes de violência doméstica subiram 9,8% (258.941 registos) no Brasil, os casos de ‘stalking’ ou perseguição cresceram 34,5%, (77.083 registos). Já os casos de importunação sexual aumentaram 48,7% (41.371 registos), tentativas de homicídio cresceram 9,2% (8.372) e registos de violência psicológica subiram 33,8%, com 38.507 denúncias.
MIM (CYR) // MLL
By Impala News / Lusa
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