Menina de 13 anos morre à fome como castigo da mãe por parecer-se com o pai

Mãe de menina de 13 anos morre à fome depois de a mãe tê-la trancado durante uma década como “punição” simplesmente por parecer-se com o pai.

Amandine tinha 13 anos quando morreu. Pesava “29 quilos devido à extrema perda de peso e massa muscular”. Sofreu de “septicemia e”, de acordo ainda com o relatório médico, “estava esquelética e coberta de feridas infetadas”. “Perdeu vários dentes e o cabelo foi-lhe arrancado, ainda em vida.” A mãe submeteu-a a este tratamento “ao longo de uma década, trancada numa cave sem janelas nem luz”. As últimas semanas da menina foram “passadas num armário, sem comida”, de acordo com a acusação.

As provas apresentadas num tribunal francês confirmaram o “tratamento terrível a que a criança foi submetida ao longo de uma década” e a mãe, Sandrine Pissarra, que tem mais sete filhos, acabou por admitir os “crimes horríveis” aos promotores de Montpellier, no sul do país, que pedem agora, cinco anos depois da morte de Amandine, prisão perpétua. “Sou uma mãe monstruosa”, disse, depois de admitir a tortura e a barbárie contra a filha.

Pissarra, de 54 anos, justificou aos juízes que submeteu a filha àquele tratamento porque “ela parecia-se com o pai”. “Amandine foi agredida com vassouras, socos, pontapés, puxões de cabelo, empurrões e insultos repetidos”, descreveu em tribunal o promotor, Jean-Marie Beney, que pede prisão perpétua.

Quando Sandrine Pissarra foi interrogada no dia seguinte à morte da filha, na vila de Montblanc, a sudoeste de Montpellier, alegou inicialmente que a filha sofria de distúrbios alimentares – afirmação que ninguém confirmou. “A minha filha concordou em engolir um pouco de açúcar, um pouco de compota de fruta e uma bebida rica em proteínas, antes de começar a vomitar e de parar de respirar”, disse às autoridades, num primeiro interrogatório.

Sandrine administrava um salão de beleza, tem sete filhos de três relacionamentos e está presa desde maio de 2021. O Ministério Público pede também 18 anos de prisão para o ex-parceiro de Pissarra, Jean-Michel Cros, considerado pelo promotor como “colaborador cobarde” que “privou Amandine de cuidados”. O homem de 49 anos pode acabar condenado a 30 anos de prisão por ter “privado a enteada de cuidados ou alimentação”. Cros admitiu todas as acusações. “Sinto uma enorme culpa”, confessou em tribunal.

O juiz disse que “não havia dúvidas” de que Amandine sofreu de “extrema violência” por parte da mãe, “cujo único propósito era arrastá-la para uma agonia vergonhosa e humilhante”. A acusada “privou a filha de comida, infligiu-lhe intermináveis punições, trancou-a numa cave sob vigilância de câmaras desde pequena”. A avaliação psiquiátrica apresentada em tribunal descreve Pissarra como “raivosa e violenta” que “transferia o ódio” que nutria pelo ex-companheiro e pai da criança para de Amandine.

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