Ministério Público não se sente politicamente pressionado no seu trabalho

O procurador-geral da República (PGR) disse hoje não sentir pressão “da parte política” sobre o trabalho do Ministério Público (MP), mesmo com inquéritos e averiguações em curso que envolvem os líderes dos três principais partidos.

Ministério Público não se sente politicamente pressionado no seu trabalho

“Eu não sinto pressão da parte política, de forma alguma, portanto, eu limito-me a fazer o meu trabalho, e depois as pessoas julgarão”, disse o PGR, Amadeu Guerra, à saída de uma conferência na Fundação Calouste Gulbenkian promovida pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a propósito dos 35 anos da instituição.

“É óbvio que não há uma unanimidade a nível da comunicação social, mas eu também já sei quem é que são as pessoas que falam mal sistematicamente do MP, mas estou tranquilo relativamente a isso. As pessoas têm direito a expressar-se, a dizer aquilo que entendem, e nós respeitamos isso, aceitamos críticas, até porque podemos melhorar com essas críticas, portanto, isso não me preocupa nem me pressiona”, acrescentou.

O MP tem em curso duas averiguações preventivas, uma à empresa Spinumviva, a empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, e outra à compra de uma casa em Lisboa pelo líder demissionário do PS, Pedro Nuno Santos.

Em curso está também um inquérito a vídeos do líder do Chega, André Ventura, nas redes sociais a criticar a comunidade cigana, depois de terem chegado ao MP denúncias de 10 associações.

Amadeu Guerra recordou que liderou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que investiga a criminalidade mais complexa, durante seis anos, período durante o qual, disse, nunca se sentiu pressionado, apesar dos inquéritos complexos que tutelou.

“Tive muitos inquéritos complicados, nomeadamente o do ex-primeiro-ministro e o BES [Banco Espírito Santo] e muitos outros mediáticos, e eu não me sinto pressionado por ninguém. Nós fazemos o nosso trabalho, as outras pessoas fazem o deles, nós respeitamos o trabalho das pessoas, dos partidos, e eles também respeitam o nosso trabalho”, disse.

IMA // FPA

By Impala News / Lusa

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