Moçambique apreendeu droga avaliada em mais de 1.800 milhões de euros em 2023

Mais de 2,5 toneladas de cocaína, heroína e canábis foram apreendidas em Moçambique em 2023, crescendo face a 2022, avaliadas em 1.816 milhões de euros, segundo relatório do Ministério Público consultado hoje pela Lusa.

Moçambique apreendeu droga avaliada em mais de 1.800 milhões de euros em 2023

No relatório anual do Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga é referido que “foi registado um aumento considerável de número de detenções por tráfico internacional de drogas” em 2023 e que “os traficantes têm continuado a procurar usar o país para trânsito de drogas para diferentes partes do mundo”.

Aponta que a canábis, com a apreensão de 1.823 quilogramas em todo o ano (1.542 quilogramas em 2022), continua a ser a mais traficada, seguida da heroína, com 600 quilogramas (154,6 quilogramas em 2022), e da cocaína, com 78,5 quilogramas (36,3 quilogramas em 2022).

O relatório avalia só a apreensão destas três principais drogas apreendidas, em valor de mercado, em mais de 126,5 mil milhões de meticais (1.816 milhões de euros).

“A cidade de Maputo e as províncias de Manica e Sofala são as que registaram maior procura dos serviços de psiquiatria e saúde mental por parte de consumidores de substâncias psicoativas. Todavia, o perfil de pacientes com perturbação mental e de comportamento devido ao uso de substâncias psicoativas no país continua a ser maioritariamente constituído por pacientes do sexo masculino com idade compreendida entre os 21 e 30 anos”, lê-se no relatório, enviado à Assembleia da República.

Em conexão com o consumo e tráfico de drogas, 923 pessoas, 64 das quais mulheres, foram detidas em 2023 pela polícia moçambicana, números que representam uma ligeira redução face ao ano anterior, sendo que 306 encontram-se em prisão preventiva e 617 foram condenados.

Segundo o relatório, os traficantes de droga em Moçambique utilizam as rotas Afeganistão — Paquistão — Pemba — Zambézia — Maputo — África do Sul para o tráfico internacional de metanfetaminas, heroína e anfetaminas. Para o caso de cocaína, recorrem à rota São Paulo — Adis Abeba — Maputo – África do Sul.

Os traficantes recorrem a malas de viagem, encomendas postais ou obras de arte, entre outras, para dissimular estupefacientes em Moçambique.

Durante o ano de 2023 foram registados 423 processos no âmbito de tráfico de droga em Moçambique, contra 372 no ano anterior, e destes, 336 processos são com arguidos presos.

PVJ // ANP

By Impala News / Lusa

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