Nascer mulher na Índia, país onde as bebés são queimadas à nascença
A Índia é considerado o país mais perigoso do mundo para as mulheres no que toca ao risco de violência sexual e abusos
A Índia é considerado o país mais perigoso do mundo para as mulheres no que toca ao risco de violência sexual e abusos, de acordo com uma investigação da Fundação Thomas Reuters. Neste país, é comum as bebés serem queimadas à nascença. Em alguns casos, não chegam a nascer. A gravidez é interrompida no momento em que a família conhece o sexo da criança.
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Testes de gravidez proibidos na Índia desde 1994
Os testes de gravidez são proibidos neste país desde 1994, mas a lei não impede os números crescentes de práticas de aborto. Quando as crianças nascem, as famílias tentam acabar com as vidas delas ainda na infância, seja com a ausência de cuidados médicos ou má alimentação. “Algumas meninas chegam a ser vendidas para exploração sexual”, lia-se recentemente numa reportagem do El País.
Uma em cada 3 indianas não sabe ler nem escrever
Uma em cada três mulheres na Índia não sabe ler, nem escrever, enquanto mais de 80% dos homens são alfabetizados. Por não conseguirem atingir um nível de educação básico, a maioria acaba por viver dependente dos homens. A Índia não possui rede de segurança social institucionalizada, pelo que ter filhos significa garantir a velhice e os contratempos.
Se as mulheres saírem de casa para viver com uma família estrangeira, põem em causa o futuro da unidade familiar. É por isso que neste país não se aposta na formação da mulher.
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“É normal encontrar-se corpos de bebés carbonizados como se de lixo se tratasse”
Um jornalista daquele jornal espanhol viu de perto esta realidade dura da mulher indiana. Conheceu uma jovem de 15 anos que estava grávida. Esteve alguns meses sem vê-la e quando se reencontraram perguntou-lhe pelo bebé. “Era uma menina e nasceu morta”, disse um interlocutor depois de ter estado com a família. Longe dos familiares, o homem acabou por confessar que a bebé tinha sido “enterrada viva”.
“Como é que uma mulher pode tirar a vida à sua própria filha por ser mulher?” – perguntou o jornalista. “Evita muito sofrimento”, responderam-lhe. O jornalista conta que era “normal encontrar corpos de bebés carbonizados em fogueiras, como se de lixo se tratasse”.
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