Matou as filhas de 3 e 6 anos à facada
Desde 2013, quando se começaram a contabilizar os menores como vítimas de violência doméstica, foram assassinadas 27 crianças.
É o crime que está a chocar Espanha. O crime hediondo aconteceu na terça-feira, dia 25. Ricardo matou as duas filhas, de três e seis anos, e suicidou-se em seguida. O homem, de 48 anos, apunhalou as meninas na sua casa em Castellón e atirou-se de um sexto andar. As meninas eram fruta da relação com a ex mulher.
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Foi um vizinho quem o encontrou de madrugada, por voltas das 5h30. Um outro, alertou para o facto de as meninas poderem estar e casa. Foi só quando os bombeiros arrombaram a porta que as encontraram mortas.
Os crimes aconteceram no contexto de uma “vingança e maus-tratos para com a mãe” através das filhas, como define a vice-presidente e conselheira de Igualdade e Políticas Inclusivas da Comunidade Valenciana, Monica Oltra, citada pelo El País.
A mãe das meninas, uma psicóloga de Madrid chamada Itziar, já tinha pedidoproteção, mas juíza especializada em violência contra as mulheres negou o pedido por considerar não existir uma “situação objetiva de risco”. O caso não mudou de figura quando também um médico alertou para a urgência e perigo do caso.
Itziar pedira, em fevereiro, medidas de proteção para si e para as filhas. O Tribunal de Violência contra as Mulheres 1 de Castellón rejeitou o pedido do promotor público para que o homicida se mantivesse a mais de 250 metros das três. O tribunal rejeitou a petição uma vez que considerou não existir uma “situação objetiva de risco”. Itziar pediu ainda suspensão do regime de visitas, pedido que viu gorado.
O que mais está a chocar o país vizinho, é que, a juíza, afirmou que em expressões como “podes ir-te despedindo das meninas e “estás sentenciada”, gravadas pela mãe das meninas, não se pode apreciar que o homem “tenha intimidado a esposa e que esta se sentia ameaçada pelas suas palavras.
Desde 2013, quando se começaram a contabilizar os menores como vítimas de violência doméstica, foram assassinadas 27 crianças.
O casal estava separado há um ano e as meninas alternavam entre a casa de um e outro. Um vizinho já veio dizer que numa das últimas conversas com o pai das meninas, este se tinha confessado “amargurado”.
Ricardo, de 48 anos, estava desempregado.
Itzia, de 42 anos, a mãe das meninas, vivia perto, numa casa alugada. Trabalhava num centro educativo com menores problemáticos.
Foi na companhia da mãe, uma senhora de 75 anos, que entrou no cenário hediondo e viu as filhas mortas. Foram as duas encaminhadas para um hospital para receber ajuda psicológica.
O Tribunal de Valencia Superior disse na terça-feira que os dois processos – o da mãe das crianças e o do médico – tinham sido arquivados a pedido do Ministério Público e da vítima, mas não informaram que tanto o promotor como a mulher haviam solicitado uma proteção que foi negada.
Para o juiz, o ex-casal apresentara “versões contraditórias”. Disse que a denúncia se enquadrava no âmbito do processo civil para rever as condições de custódia das duas menores.
Segundo fontes da investigação, em janeiro, Itziar foi ao médico com um quadro de ansiedade após a separação. Disse aí, que o seu ex marido tinha desferido um golpe no carrinho de bebé da menina, embora a filha não se encontrasse lá dentro, atirando-o contra a parede.
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