Patriarca de Lisboa defende que devem ser lançadas “sementes da paz” em todos os conflitos

O Patriarca de Lisboa defendeu hoje que o ser humano é capaz de abrir o coração para receber as abençoadas sementes da paz, que são necessárias lançar na Rússia, Ucrânia, Médio Oriente, Síria, Moçambique e em tantas outras regiões.

Patriarca de Lisboa defende que devem ser lançadas

Discursando na homilia da missa de Natal, que decorreu na Sé de Lisboa, Rui Valério lembrou que são essas sementes que Deus trouxe ao mundo, e que geram raízes, unindo uns aos outros, “criando fraternidade e construindo união e proximidade recíproca”.

“São sementes assim que é necessário lançar na Rússia e na Ucrânia, no Médio Oriente, na Síria, em Moçambique, e em tantas outras geografias…”, sublinhou o Patriarca de Lisboa

Segundo Rui Valério, a encarnação de Deus lança no coração de cada um essa semente de paz, “essa bênção messiânica que o Pai derrama como orvalho da manhã sobre o mundo”, para enraizar nos corações da humanidade, de cada homem, “e produzir frutos de concórdia, de fraternidade e de justiça”.

“Mas hoje, o mundo conhece novamente o troar dos canhões, a dissonância da polarização na política, da fragmentação nas abordagens existenciais… porque, no fundo, os homens continuam fechados em si próprios. Permanecem duros e privados de disponibilidade ao sopro de Deus que quer encarnar o seu Filho, a sua Palavra eterna, em todos os recônditos da vida e da existência”, sustentou. 

“As sementes da paz geram frutos, mas também raízes. Raízes que unem cada um à firmeza do Altíssimo, à sua indestrutível misericórdia; mas também aproximam cada ser humano do seu semelhante”, acrescentou.

Na homilia, Rui Valério destacou que o “verbo de Deus” revela que a verdadeira morada de cada ser humano, enquanto pessoa, “não é feita de matéria e empirismo, mas está no coração, na interioridade de cada um, para ir ao encontro do outro, para o receber e hospedar como irmão”. 

“Que o Menino do Presépio, Deus feito Homem, molde o nosso coração ao Seu. Só Ele o pode fazer. […] A primeira reação de Jesus, como a de qualquer criança fascinada pelo novo que vai descobrindo, é a de um sorriso. E Jesus também nos sorri, para suscitar em nós uma reação, uma resposta, um sorriso de alegria”, sublinhou. 

“Deus olha-nos, e não está carrancudo, nem arrependido de nos ter criado, nem de ter dado o tudo por tudo, por nós. Confirma a sua confiança na humanidade, renova o seu pleno amor à criatura que criou à sua imagem e semelhança. É o sorriso da confiança em nós, suas criaturas amadas. A afirmação de que nos criou para a comunhão de amor é a fonte da nossa alegria e da nossa esperança”, acrescentou o Patriarca de Lisboa.

Rui Valério agradece ao “Senhor” por ter inaugurado um homem novo e uma nova humanidade. 

“A partir de Belém da Judeia, coração do mundo, hoje tão martirizada pela cegueira e pelo ódio, irrompe do Menino da manjedoura, a luz e a força que transforma o coração de cada um de nós, de cada mulher e de cada homem; nós, já recriados, seremos a força e a luz da renovação da humanidade”, realçou. 

“Que a nossa primeira palavra dirigida ao mundo, seja a mesma palavra inaugural do primeiro Natal, dita aos Pastores: ‘Não temais, anuncio-vos uma grande alegria’. […] É a eterna primeira palavra que o Natal produz. É a outra face da Esperança. Que cada um anuncie a esperança, o raiar de um novo dia, dissipando o medo em cada noite escura da alma e do coração”, concluiu Rui Valério.

 

JSD // JPS

By Impala News / Lusa

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