PJ detém jovem por suspeita de incêndio urbano em Lisboa
Um jovem foi detido por suspeita de ter provocado um incêndio urbano na Rua de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, influenciado pelas ações de vandalismo que têm ocorrido, após a morte de Odair Moniz, anunciou hoje a PJ.
A Polícia Judiciária adianta, em comunicado, que “identificou e deteve um homem de 23 anos, fortemente indiciado pela prática de um crime de incêndio urbano”, ocorrido na manhã de sexta-feira naquela artéria da cidade de Lisboa.
“O suspeito usou um artefacto incendiário para atear fogo a uma zona apropriada para a recolha de lixo urbano, composta por 16 contentores e ecopontos, que acabaram por ser destruídos pelas chamas, verificando-se perigo de propagação para um edifício de serviços e residencial ali localizados, suscitando alarme social”, salienta a PJ.
A investigação da PJ, que contou com a colaboração da PSP, apurou que “o móbil do crime terá sido o facto de o suspeito ser aderente à causa que está na génese dos tumultos que têm vindo a ocorrer nos últimos dias, influenciado pelas imagens das múltiplas ações de vandalismo verificadas na região da Grande Lisboa”.
O detido vai ser presente hoje no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.
Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo.
A PSP registou 123 ocorrências, deteve 21 cidadãos e identificou outros 19. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.
A desordem pública aconteceu na sequência da morte de Odair Moniz, de 43 anos, na madrugada de segunda-feira, quando o homem foi baleado por um agente da PSP.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Para hoje estão previstas duas manifestações em Lisboa, uma promovida pelo movimento Vida Justa para reclamar justiça pela morte do homem baleado e outra convocada pelo Chega “em defesa da polícia”.
HN // ZO
By Impala News / Lusa
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