É conhecido como relógio do apocalipse e é visto como o símbolo do aproximar de uma catástrofe mundial. E este acaba de ser acertado para os 90 segundo para a meia-noite, o que significa que estamos, de acordo com o relógio, cada vez mais próximos de uma catástrofe mundial. Algo que se deve, em parte, à invasão da Ucrânia pela Rússia e também pelo risco iminente de uma escalada nuclear.

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A mudança no relógio foi dada a conhecer em conferência de imprensa pelos especialistas que são responsáveis por este projeto simbólico desde 1947, que dão pelo nome de Boletim dos Cientistas Atómicos. A alteração significa que o relógio teve um avanço de 10 segundos, estando agora a 90 segundos da meia-noite. O que significa que está mais próximo da hora fatídica que antevê uma catástrofe mundial. Explicam os membros do Boletim dos Cientistas Atómicos que a nova hora também tem em conta os problemas associados à crise climática. Bem como a queda de normas e instituições globais que são fundamentais para diminuir os riscos relacionados com o avanço das tecnologias e ameaças biológicas, como acontece com a covid-19.

“Estamos a viver numa época de perigo sem precedentes, e o relógio reflete essa realidade”

Só desde 2020, o relógio já andou 100 segundos a partir da meia-noite. O que significa um recorde desde a criação do mesmo. “Estamos a viver numa época de perigo sem precedentes, e o relógio reflete essa realidade. Noventa segundos para a meia-noite é o mais próximo que o relógio já esteve da meia-noite e é uma decisão que os nossos especialistas não tomam de ânimo leve”, salienta Rachel Bronson, presidente do Boletim dos Cientistas Atómicos. O relógio do apocalipse foi criado após o final da Segunda Guerra Mundial. No início, foi acertado para os 7 minutos para a meia-noite. Em 1953, tal como em 2018 e 1019, esteve a 3 minutos da meia-noite. Já em 1991, quando a Guerra Fria terminou, foi recuado para os 17 minutos para a meia-noite.

O Boletim dos Cientistas Atómicos foi criado em 1945. Da sua fundação fizeram parte Albert Einstein e outros cientistas que estavam inseridos no projeto Manhattan. Que criou a primeira bomba atómica durante a Segunda Guerra Mundial.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Reprodução Jamie Christiani/Bulletin of the Atomic Scientists

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