Presidente moçambicano vai quarta-feira à ilha onde naufrágio matou 98 pessoas
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que na quarta-feira vai à Ilha de Moçambique, província de Nampula, norte do país, onde, no domingo, um barco naufragou e provocou a morte de 98 pessoas.
“Vamos, sim, à ilha”, afirmou Nyusi, em declarações aos jornalistas no Aeroporto Internacional de Nampula, onde se encontra para se juntar às celebrações muçulmanas do Ramadão.
Na sequência da tragédia, o Conselho de Ministros de Moçambique decidiu decretar luto nacional de três dias, a partir das 00:00 do dia 10 de abril de 2024 até às 24 horas do dia 12 de abril de 2024.
O Conselho de Ministros decidiu ainda criar uma comissão de inquérito para aprofundar as circunstâncias, causas e responsabilidades em relação ao acidente e submeter recomendações ao Governo, disse o porta-voz do Governo, Filimão Suaze, em conferência de imprensa no final da sessão semanal do executivo.
Em relação à desinformação sobre a cólera que levou a uma fuga das pessoas vítimas do naufrágio, o porta-voz do Governo defendeu a “intensificação” das campanhas de educação e sensibilização das comunidades sobre as causas e tratamento da doença.
As Nações Unidas anunciaram hoje que enviaram uma equipa para apoiar as autoridades moçambicanas e prestar ajuda aos sobreviventes.
O acidente matou 98 pessoas, incluindo 55 crianças, 34 mulheres e nove homens, havendo registo de 16 sobreviventes entre os cerca de 130 que seguiam a bordo.
De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.
O dono e um responsável pela embarcação estão detidos, disse hoje à Lusa a porta-voz da polícia em Nampula, Rosa Chaúque.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que viveu muitos anos na província de Nampula, enviou uma delegação governamental, liderada pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, para prestar “ajuda aos sobreviventes, e seu encaminhamento, assim como para a investigação, a fim de se aferir as razões que deram origem a esta tragédia”, anunciou na sua página do Facebook.
O ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano anunciou na segunda-feira, num encontro multissetorial em Nampula para analisar este incidente, que as autoridades estão a fazer uma “reflexão” sobre este naufrágio, para “que isto nunca volte a acontecer”.
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição), Ossufo Momade, que é natural da província de Nampula, também se mostrou “profundamente consternado” com o naufrágio e pediu luto nacional.
“Exigimos que o Governo decrete luto nacional e que este momento seja reconhecido pelas autoridades como mais um sinal de negligência e falta de segurança públicas”, escreveu Ossufo Momade, na sua conta oficial na rede social Facebook.
PMA // MLL
By Impala News / Lusa
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