Síria pede a Conselho de Segurança da ONU para pressionar retirada de Israel
O chefe da diplomacia síria pediu hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que pressionasse Israel a retirar-se do território do seu país, durante o seu primeiro discurso na sede da ONU.

“Afirmamos repetidamente o compromisso da Síria de não ser uma ameaça para os seus vizinhos ou para qualquer país do mundo, incluindo Israel”, disse Assaad al-Shaibani, denunciando a “agressão” israelita.
No domingo passado, o comandante das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, justificou a presença militar em “pontos-chave” na Síria porque o país “se desintegrou” após a queda do regime de Bashar al-Assad.
“Este espaço é vital. Entrámos aqui porque a Síria se desintegrou e por isso controlamos pontos-chave e estamos na linha da frente para nos protegermos melhor”, afirmou Zamir na rede Telegram, no seguimento de uma visita aos locais ocupados no sul do país vizinho.
Israel aumentou as suas incursões militares na Síria após a fuga do ex-Presidente Bashar al-Assad no dia da captura de Damasco, em 08 de dezembro passado, por rebeldes islamitas dirigidos pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham), cujo líder, Ahmed al-Charah, é agora o Presidente de transição.
As tropas israelitas romperam as linhas que demarcavam o território ocupado por Israel nos Montes Golã ocupados do resto da Síria, logo após a queda de Assad, e penetraram na zona desmilitarizada, cuja vigilância é da responsabilidade das Nações Unidas.
Os militares de Israel movem-se agora livremente dentro da zona desmilitarizada acordada no cessar-fogo de 1974 entre a Síria e Israel, que agora considera o entendimento sem efeito após a queda de Assad.
O ministro da Defesa, Israel Katz, reiterou na semana passada, no Monte Hermon, na confluência dos territórios sírio e libanês e nas proximidades da zona rural de Damasco, que as suas tropas permanecerão na Síria por período indefinido com o objetivo de proteger as comunidades israelitas nos Montes Golã ocupados de “qualquer ameaça”.
No seguimento de uma vaga de bombardeamentos no início do mês, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio condenou uma “escalada injustificada” e uma “tentativa premeditada de desestabilizar a Síria”.
No mesmo sentido, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que apoia o atual Governo de transição na Síria, acusou Israel em 11 de abril de “dinamitar a revolução” ao promover divisões no país desde a queda do regime.
ALU (HB) // TDI
By Impala News / Lusa
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