Chaves: Emigrantes entram em Portugal e furam quarentena obrigatória
Autarquia de Chaves executou plano de ação, que visa identificar os emigrantes que estão a regressar às terras devido à pandemia de Covid-19.
Nuno Vaz, presidente da Câmara de Chaves, está «preocupado com o regresso dos emigrantes ao concelho». Chaves tem fronteira terrestre com Espanha, por onde, nos últimos dias, têm entrado centenas de portugueses oriundos de França e do país-vizinho. Todos os cidadãos que regressem do estrangeiro estão obrigados a cumprir período de quarentena de 14 dias. O que, em Chaves, por exemplo, não está a verificar-se.
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Câmara de Chaves está a identificar casos de incumprimento para agir com recurso às forças de segurança
«Estamos, desde quinta-feira da semana passada, a trabalhar com a Proteção Civil e as juntas de freguesia para identificar quem não está a cumprir a quarentena obrigatória, para poderemos agir com recurso às forças de segurança», explica Nuno Vaz. O autarca refere ainda a existência de «fragilidade sanitária» no controlo das entradas dos cidadãos na fronteira de Vila Verde da Raia. «Não está a ser tirada a temperatura, nem a fazer-se o registo da origem e destino dessas pessoas. Esse controlo sanitário era importante», sublinha.
Regresso dos emigrantes ao concelho é «o principal fator de risco» na transmissão do novo coronavírus
Nuno Vaz entende que o regresso dos emigrantes ao concelho é «o principal fator de risco» na transmissão do novo coronavírus, mas alerta também para a mesma problemática no que se refere à população de outras zonas do País, que tem regressado a Chaves, nomeadamente estudantes deslocados. «Há 150 aldeias no concelho, onde a maioria dos habitantes faz parte dos grupos de risco. É importante que todos se abstenham de qualquer contacto social», solicita. Nuno Vaz pede ainda para que a comunidade sinalize os casos e contribua na estratégia implementada. «Toda a comunidade deve sinalizar as situações de potencial risco que conhece.»
Câmara tem linha de emergência social para apoiar pessoas em quarentena
Questionado sobre a dificuldade que os emigrantes enfrentam em comprar mantimentos, e que tem sido a justificação dada para furar a quarentena, Nuno Vaz explica que a autarquia já tem solução. «Temos uma linha de emergência social que procura responder a essa e a outras dificuldades, como a compra de medicamentos ou a entrega de refeições já confecionadas. Os voluntários da linha podem fazer entrega de compras ou outras necessidades para esses emigrantes e para toda a restante população do concelho», afirma. A linha (276 340 508) funciona entre as 8h00 e as 20h00 e é gerida e financiada totalmente pela Câmara de Chaves.
Reportagem: Cynthia Valente | WiN Porto; Fotos D.R.
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